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Discos e músicas: melhores de 2006

Espero que vocês tenham passado bem a virada do ano. Feliz 2007 para todos.

Decidi fazer uma lista com 10 discos apenas, ao contrário dos anos passados. A lista de músicas eu cortei pela metade e fiz em 50 e não 100.

Dei uma olhada nas listas dos periódicos de sempre (Pitchfork, Stylus, Tiny Mix Tapes, etc.), e notei que não ouvi muitos dos discos. Peguei vários para ouvir, e vou demorar bastante até escutar tudo, mas até agora não senti muita firmeza.

Meus critérios principais para fazer a lista abaixo (além do sempre subjetivo gosto) são dois: 1) quantas vezes eu ouvi os discos durante o ano; 2) o quão coesos eles são. Se vocês forem pegar minha lista das dez melhores músicas do ano, vão perceber uma discrepância entre as músicas ali escolhidas e os discos. Como sempre, ouvi discos com umas duas ou três músicas excepcionais e um monte de faixas horríveis ou fraquinhas no meio. É o caso, na minha opinião, do elogiado Return to Cookie Mountain, do TV on the Radio. Não dá pra colocar o disco na lista de melhores, apesar da sensacional Wolf Life Me...enfim, acho importante o disco ser coeso para figurar numa lista de fim de ano.

Mas chega de papo furado, eis o meu balanço de 2006. Gostei do ano, em geral.

 

 01. Sparks - Hello Young Lovers
O disco essencial do ano. Agradeço ao João Lucas pela recomendação, a melhor que ele já fez. Eu conhecia algumas músicas dos irmãos Mael, mas não conhecia o Sparks. Depois deste disco fui forçado a ouvir toda a discografia, e descobrir que não tinha contato com uma das melhores bandas da história. Li em algum lugar que o Sparks é o elo perdido entre o Kinks e o Queen, e é mais ou menos isso. Hello Young Lovers, entretanto, foge um pouco da descrição, já que continua uma fase nova da banda, iniciada com o quase tão excelente Lil' Beethoven. É um disco tão épico e grandioso que faz The Wall parecer um single de dois minutos, mesmo durando menos. Mas é um épico escrachado.

 

 

 

 02. Clint Mansell/Kronos Quartet/Mogwai - The Fountain OST
Bem melhor que o filme - e melhor sem o filme atrapalhando -, essa trilha do Clint Mansell vai ser tão repetidamente tocada quanto a trilha de Requiem for a Dream, servindo de fundo para trailers futuros, de filmes provavelmente melhores que The Fountain, cujo único legado ao que tudo indica será mesmo a trilha sonora.

 

 

 

 

 03. Absentee - Schmotime
Escutei tanto Schmotime este ano, que nada mais justo colocar o disco em posição alta na lista. Não é nada fora do normal, o Absentee faz um alt-pop-country largadão, com letras espertinhas. Mas é tão legal que eu me pego escutando o disco várias vezes em seguida, e esse é um bom sinal para música pop.

 

 

 

 

 04. The Fiery Furnaces - Bitter Tea
Eu não gostava da banda até este disco, que me fez reavaliar os anteriores e concluir que eu havia julgado os irmãos Friedberger injusta e apressadamente. Bitter Tea, como os demais discos do Fiery Furnaces, é complicadinho e cheio de excentricidades, mas é um pouco mais acessível. Se eles quisessem, os irmãos fariam um disco pop irretocável, mas não é bem o objetivo deles (mais ou menos a mesma situação do Xiu Xiu, que lançou um disco bom este ano, por sinal). Mas é longe de ser experimentalismo gratuito, por picaretagem. Eles sabem o que estão fazendo, e estão fazendo de boa fé.

 

 

 

 05. Belle and Sebastian - The Life Pursuit
Vazou ano passado, mas eu ainda estou ouvindo periodicamente. Na minha opinião, é um dos melhores discos do Belle & Sebastian, provavelmente o melhor desde If You're Feeling Sinister. Dá continuidade à recuperação da banda de uma fase pouco inspirada (Fold Your Hands + Storytelling), iniciada com o disco anterior.

 

 

 

 

 06. Gil Mantera's Party Dream - Bloodsongs
Essa dupla performática americana não é séria, e o Gil Mantera's Party dream às vezes parece mais uma piada do que qualquer outra coisa (vide o vídeo de Elmo's Wish). Mas o som deles é uma coisa meio bizarra, que parece ter saído dos anos 80 de uma realidade alternativa. Talvez "europop grunge" seja uma descrição adequada. Bloodsongs é um disco bem agressivo, sujo, com uma euforia paradoxalmente melancólica e deprê...e em geral, absurdamente kitsch. Interessantíssimo, e atípico na produção musical atual.

 

 

 

 07. Jenny Lewis with the Watson Twins - Rabbit Fur Coat
Indo do atípico para o extremamente típico, Jenny Lewis faz um alt-country padrão mas muito bonito, que está anos luz de distância de qualquer coisa que ela fez com o Rilo Kiley, em termos de qualidade. As Watson Twins, que também fizeram um álbum muito bom em 2005, ajudam bastante com os backing vocals.

 

 

 

 

 

 08. The Dears - Gang of Losers
Eu não sou fã do disco anterior dos Dears, mas eles fizeram tudo certinho com esse. É daqueles raros discos que fluem muito bem do começo ao fim, e que não te dão vontade de ficar pulando faixas. Fazendo jus ao apelido de "Morrissey negro", o líder dos Dears Murray Lightburn solta canções cheias de autocomiseração e tristeza com os rumos do universo, inconformado por não conseguir se ajustar com os demais. Ele e o ouvinte, ambos, são a gang of losers do título. Tadinhos de nós.

 

 

 

 09. Dark Meat - Universal Indians
Coletivo de músicos de Athens, Georgia, reunindo gente de várias bandas populares do local. O Dark Meat faz um rock psicodélico hippongo muito bom, festivo, turbulento e hiperativo, cheio de instrumentos e gritaria. Excelente disco, que passou meio despercebido da imprensa este ano.

 

 

 

 

 10. Brazilian Girls - Talk to La Bomb
Banda meio metida a besta, mas eu gostei muito deste disco. Cai consideravelmente de nível da metade para o fim, caso contrário estaria algumas posições acima nesta lista. A primeira metade, entretanto, é forte demais para ignorar o disco.

 

 

 

 

 

 

Músicas (peguei os vídeos no YouTube, mas alguns dos links são para performances ao vivo - nem sempre bem capturadas - e em pelo menos um caso o vídeo não é oficial)

01. TV on the Radio - Wolf Like Me
02. Clint Mansell/Kronos Quartet/Mogwai - Death is the Road to Awe
03. Scissor Sisters - I Don't Feel Like Dancing
04. The Pipettes - Pull Shapes
05. Sparks - Dick Around

06. Cat Power - The Greatest
07. Camera Obscura - Lloyd, I'm Ready to be Heartbroken
08. Brazilian Girls - Jique
09. Killing Joke - Implosion
10. Jenny Lewis with The Watson Twins - Rise Up with Fists!!

11. Klaxons - From Atlantis to Interzone
12. Dark Meat - Dead Man
13. Peter Bjorn & John - Objects of My Affection
14. Belle and Sebastian - Another Sunny Day
15. Hot Chip - Over and Over

16. Slayer - Supremist
17. Thom Yorke - Analyse
18. Concretes - Grey Days
19. Absentee - You Try Sober
20. Fiery Furnaces - Teach Me Sweetheart

21. The Dears - You and I Are a Gang of Losers
22. T.I. - What You Know
23. Midlake - In This Camp
24. Built to Spill - Goin' Against Your Mind
25. Oh No Ono - Victim of the Modern Age

26. Gil Mantera's Party Dream - McCoojah & Kizmit
27. Lady Sovereign - Love or Hate Me
28. Danielson - Did I Step on Your Trumpet?
29. Xiu Xiu - Vulture Piano
30. Pink Mountaintops - Cold Criminals

31. Final Fantasy - Song Song Song
32. Franz Ferdinand - Wine in the Afternoon
33. Muse - Supermassive Black Hole
34. The Automatic - Monster
35. Neil Young - Living with War

36. El Perro del Mar - This Loneliness
37. Guillemots - Trains to Brazil
38. Cerys Matthews - Oxygen
39. Emily Haines and the Soft Skeleton - Crowd Surf Off a Cliff
40. Ten Kens - Refined

41. The Apparitions - God Monkey Robot
42. My Brightest Diamond - Dragonfly
43. Scott Walker - The Escape
44. The Lovely Feathers - Mildly Decorated
45. Ellen Allien & Apparat - Way Out

46. Brakes - Spring Chicken
47. Front Line Assembly - Unleashed
48. Anthony Rother - Lucifer
49. Ladyfuzz - Bouncy Ball
50. Fujiya & Miyagi - Ankle Injuries

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Morre James Brown

Descanse em paz. Estarei ouvindo "Sex Machine" durante todo o dia em homenagem ao homem.

 

Soul 'Godfather' James Brown dies

POSTED: 6:19 a.m. EST, December 25, 2006

 

ATLANTA, Georgia (AP) -- James Brown, the dynamic, pompadoured "Godfather of Soul," whose rasping vocals and revolutionary rhythms made him a founder of rap, funk and disco as well, died early Monday, his agent said. He was 73.

Brown was hospitalized with pneumonia at Emory Crawford Long Hospital on Sunday and died around 1:45 a.m. Monday, said his agent, Frank Copsidas of Intrigue Music. Longtime friend Charles Bobbit was by his side, he said.

Copsidas said Brown's family was being notified of his death and that the cause was still uncertain. "We really don't know at this point what he died of," he said.

Along with Elvis Presley, Bob Dylan and a handful of others, Brown was one of the major musical influences of the past 50 years. At least one generation idolized him, and sometimes openly copied him. His rapid-footed dancing inspired Mick Jagger and Michael Jackson among others. Songs such as David Bowie's "Fame," Prince's "Kiss," George Clinton's "Atomic Dog" and Sly and the Family Stone's "Sing a Simple Song" were clearly based on Brown's rhythms and vocal style.

If Brown's claim to the invention of soul can be challenged by fans of Ray Charles and Sam Cooke, then his rights to the genres of rap, disco and funk are beyond question. He was to rhythm and dance music what Dylan was to lyrics: the unchallenged popular innovator. 

"James presented obviously the best grooves," rapper Chuck D of Public Enemy once told The Associated Press. "To this day, there has been no one near as funky. No one's coming even close."

His hit singles include such classics as "Out of Sight," "(Get Up I Feel Like Being a) Sex Machine," "I Got You (I Feel Good)" and "Say It Out Loud -- I'm Black and I'm Proud," a landmark 1968 statement of racial pride.

"I clearly remember we were calling ourselves colored, and after the song, we were calling ourselves black," Brown said in a 2003 Associated Press interview. "The song showed even people to that day that lyrics and music and a song can change society."

He won a Grammy award for lifetime achievement in 1992, as well as Grammys in 1965 for "Papa's Got a Brand New Bag" (best R&B recording) and for "Living In America" in 1987 (best R&B vocal performance, male.) He was one of the initial artists inducted into the Rock and Roll Hall of Fame in 1986, along with Presley, Chuck Berry and other founding fathers.

He triumphed despite an often unhappy personal life. Brown, who lived in Beech Island near the Georgia line, spent more than two years in a South Carolina prison for aggravated assault and failing to stop for a police officer. After his release on in 1991, Brown said he wanted to "try to straighten out" rock music.

From the 1950s, when Brown had his first R&B hit, "Please, Please, Please" in 1956, through the mid-1970s, Brown went on a frenzy of cross-country tours, concerts and new songs. He earned the nickname "The Hardest Working Man in Show Business."

With his tight pants, shimmering feet, eye makeup and outrageous hair, Brown set the stage for younger stars such as Michael Jackson and Prince.

In 1986, he was inducted in the Rock and Roll Hall of Fame. And rap stars of recent years overwhelmingly have borrowed his lyrics with a digital technique called sampling.

Brown's work has been replayed by the Fat Boys, Ice-T, Public Enemy and a host of other rappers. "The music out there is only as good as my last record," Brown joked in a 1989 interview with Rolling Stone magazine.

"Disco is James Brown, hip-hop is James Brown, rap is James Brown; you know what I'm saying? You hear all the rappers, 90 percent of their music is me," he told the AP in 2003.

Born in poverty in Barnwell, South Carolina, in 1933, he was abandoned as a 4-year-old to the care of relatives and friends and grew up on the streets of Augusta, Georgia, in an "ill-repute area," as he once called it. There he learned to wheel and deal.

"I wanted to be somebody," Brown said.

By the eighth grade in 1949, Brown had served 31/2 years in Alto Reform School near Toccoa, Ga., for breaking into cars.

While there, he met Bobby Byrd, whose family took Brown into their home. Byrd also took Brown into his group, the Gospel Starlighters. Soon they changed their name to the Famous Flames and their style to hard R&B.

In January 1956, King Records of Cincinnati signed the group, and four months later "Please, Please, Please" was in the R&B Top Ten.

While most of Brown's life was glitz and glitter, he was plagued with charges of abusing drugs and alcohol and of hitting his third wife, Adrienne.

In September 1988, Brown, high on PCP and carrying a shotgun, entered an insurance seminar next to his Augusta office. Police said he asked seminar participants if they were using his private restroom.

Police chased Brown for a half-hour from Augusta into South Carolina and back to Georgia. The chase ended when police shot out the tires of his truck.

Brown received a six-year prison sentence. He spent 15 months in a South Carolina prison and 10 months in a work release program before being paroled in February 1991. In 2003, the South Carolina parole board granted him a pardon for his crimes in that state.

Soon after his release, Brown was on stage again with an audience that included millions of cable television viewers nationwide who watched the three-hour, pay-per-view concert at Wiltern Theatre in Los Angeles.

Adrienne Brown died in 1996 in Los Angeles at age 47. She took PCP and several prescription drugs while she had a bad heart and was weak from cosmetic surgery two days earlier, the coroner said.

More recently, he married his fourth wife, Tomi Raye Hynie, one of his backup singers. The couple had a son, James Jr.

Two years later, Brown spent a week in a private Columbia hospital, recovering from what his agent said was dependency on painkillers. Brown's attorney, Albert "Buddy" Dallas, said singer was exhausted from six years of road shows.

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Melhores games de 2006

Querem saber? Pra mim 2006 não foi exatamente um grande ano para games - isso pelo menos pra quem tá preso na geração atual. Ainda não tive como jogar os tão incrivelmente bem falados Gears of War e Dead Rising do 360; não pude ver toda a glória do PS3 em Resistance: Fall of Men. E não quebrei nenhuma televisão jogando Wii Sports; a geração atual presenciou um ou outro título excelente, mas longe da enxurrada de clássicos do ano passado (que viu o nascimento de God of War, Shadow of the Colossus e Resident Evil 4).

Mesmo assim, alguns títulos marcaram. E eis que apresento minha humilide lista, em ordem de preferência:

10. Black (PS2): esse jogo acabou não sendo toda aquele revolução que prometia ser; ainda assim, foi o melhor FPS single-player do ano, oferencendo uma experiência sólida, desafiadora, e violenta. Não chega aos pés de um Doom3, Half-Life2 e outros, mas é das melhores experiências em primeira pessoa que o PS2 tem pra oferecer.

9. 24: The Game (PS2): Jack Bauer é foda em qualquer lugar, até no videogame. Não é um jogo de gameplay revolucionário e é longe de ser perfeito, mas é uma autêntica temporada de 24 com ótima história e uma sensação fake mas agradável de tempo real.

8. The Godfather (PS2): Clones de GTA tem aos montes, mas é raro um que saia decente de verdade, e Godfather é uma dessas exceções. Não é tão homenagem aos filmes quando se fazia parecer, mas é um jogo bastante redondo, com altos valores de produção e muito divertido – enquanto dura. O valor replay é baixo, mas vale ser jogado até o final.

7. Sam and Max: Culture Shock (PC): o retorno do cão cínico e do coelho psicótico foi tudo aquilo que um fã do original poderia esperar. Ou quase. Apesar de ser estupidamente divertido e engraçado, e talvez o melhor adventure desde Grim Fandando, S&M: CS é muito curto (eu sei, é só um episódio, but still...) e acaba deixando a gente com água na boca, no fim das contas.

6. Mortal Kombat: Armageddon (PS2): Como fã da franquia, que jogou toda a série, posso dizer: Armageddon é um dos melhores MKs já feitos. Mas mais como pacote, do que como jogo de luta proprieamente. Explico: em termos de jogabilidade, perde para Deception, por exemplo (a retirada de algumas coisas, como a opção de dois estilos de artes marciais para cada lutador foi inexplicável) e ainda não é tão divertido quanto o MK II (pra mim, ainda o melhor de todos). Mas a história é ótima, como só o universo Kombat sabe oferecer (algum lembra de outro jogo de luta que tem uma mitologia tão bacana quanto esse?), com um baita sentido de urgência, e o fato de você poder escolher QUALQUER lutador de QUALQUER MK já feito é tentador demais (isso se você não optar por criar seu próprio kombatente!). Além do mais, o modo Konquest foi refinado é ficou muito bom, e o modo Motor Kombat é excelente se jogado de dois. FIGHT!

5. God Hand (PS2): Jogo mais divertido do ano, ponto. God Hand é um mergulho no passado, na época em que os jogos quanto mais simples e descerebrados, mais divertidos eram. Infelizmente, poucos entederam qual é a do jogo, mas aqueles que conseguiram, tiveram uma baita experiência satisfatória.

4. Hitman: Blood Money (PS2): não conhecia a série Hitman, mas foi uma grata surpresa (depois fui jogando os outros). Esse é o melhor da série, e é um jogo que realmente faz juz ao termo open-ended. São tantas os meios de se cumprir os contratos, que o jogo acaba ganhando uma vida própria, rara de se encontrar em outros games. Além disso, o jogo tem todo um requinte visual e sonoro, com ótimos gráficos e trilha sonora. Acho que poderia ter mais missões, fora isso, jogo do mais alto padrão de qualidade.

3. Bully (PS2): Rockstar did it again. Não é tão épico quanto San Andreas, mas é um jogo muito especial a seu próprio jeito. Bully veio pra calar a boca de ativistas anti-games sem-noção, misturando gameplay, gráficos, trilha sonora, tudo da mais alta qualidade, sem querer propagandear “bullying” como meio de vida. Um jogo incrível, delicioso, e clássico, que vale ser jogado e rejogado várias vezes.

2. The Elder Scrolls IV: Oblivion (PC): Falando em jogos de mundo aberto, Oblivion é outro grande exemplo. O jogo dá tantas, mas TANTAS oportunidades de costumização que eu recomecei o jogo umas dez vezes nas primeiras horas, só pra fazer o personagem do jeito que eu queria. A profissão, raça, atributos etc do seu personagem alteram DRASTICAMENTE a jogabilidade, permitindo ao jogador moldar o gameplay do jeito que ele mais gosta. Curte porradaria? Faz um personagem tank e parte pra cima. Gosta de stealth? Beleza, faz um ladrão ou assassino (e nem esqueça de se juntar a Thieves Guild ou a Dark Brotherwood). Prefere um approach mais estrátegico? Pega um mago/alquimista. Ou faz um jack-of-all-trades. Além dessa amplitude e liberdade que o jogo oferece, ainda tem conteúdo pra cacete. Joguei quase 100 horas e não consegui fazer TODAS as quests/subquests e não explorei nem 70% do mundo oferecido. Junto isso a graficos maravilhosos e jogabilidade intutiva, e tchan!, clássico instantâneo.

1. Metal Gear Solid 3: Subsistence (PS2): Pensei muito se colocava esse jogo no topo ou não - pois ele não passa de uma Special Edition de um game já lançado (em 2004). Mas QUE special edition! Já não bastasse o jogo em si estar no TOP3 de PS2, eles conseguiram melhorar muita coisa (quem apostaria que dava para ficar melhor?) Primeiro, a nova câmera apresenta um modo totalmente inédito de lidar com jogo, e acaba sendo uma experiência bem diferente (e por que não, mais agradável?). O modo multiplayer é viciante, especialmente naquele em que um jogador é o Snake e os outros todos são soldados que devem matá-lo (pena que não joguei muito online, já que meu PS2 não tem modem e tive que jogar na casa de um amigo). Além do mais, tem extra pra cacete - o suficiente pra deixar qualquer fã da série corado (o mais legal pra mim foi o Metal Gear 1 e 2 originais do MSX, que apesar dos gráficos datados, continuam sendo dois jogaços). Essa edição é a prova viva de que É possível melhorar o que já era perfeito.

 

 

Melhores - por categoria:

 

Melhor história: Bully

(quase lá: Yakuza)

Melhor trilha sonora: Bully

(quase lá: God Hand)

Melhores gráficos (técnico): The Elder Scrolls IV: Oblivion

Melhores gráficos (artístico): Okami

Jogo mais divertido: God Hand

Decepção do ano: Final Fantasy XII

Supresa do ano: God Hand

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Radiohead no Brasil (de novo)

Sinceramente, já tô perdendo as esperanças. Mas... quem sabe? A propósito, alguém tem notícias do album novo aí?

 

RADIOHEAD NO BRASIL: SERÁ QUE AGORA VAI?
CIE Brasil está em negociação com a banda de Thom Yorke.
Bob Dylan e Pet Shop Boys também estão na lista

Do G1, em São Paulo

Depois de diversas tentativas de trazer o Radiohead ao Brasil - a organização do Tim Festival vem assediando a banda já faz alguns anos - há esperança de que Thom Yorke e sua trupe finalmente desembarquem por aqui em 2007.

O grupo inglês - ao lado de Bob Dylan, Pet Shop Boys, Rush e Evanescence - está no portfólio de atrações que a empresa de entretenimento CIE Brasil pretende trazer ao país no ano que vem, segundo informações divulgadas em um encontro realizado em São Paulo na última quinta (29).

O presidente da companhia, Fernando Altério, declarou que o conglomerado (que reúne as casas de espetáculos Credicard Hall, Citibank Hall, Claro Hall e Teatro Abril) deverá crescer 25% em relação a 2006, refletindo na programação. Já estão confirmadas as apresentações de Simple Plan (em janeiro, na Arena Skol Anhembi), Roger Waters e Brian Adams (em março, no Credicard Hall).

Entre os "espetáculos para a família" estão as performances do mágico David Copperfield e do The Blue Man Group, os musicais "Miss Saigon" e "Drácula", além de uma exposição de Leonardo da Vinci, na Oca.

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Casino Royale

Antes de falar sobre o Daniel Craig, um pouco sobre o filme em si: é um dos melhores na história da série, ponto. Pode pegar qualquer filme do Bond, de qualquer versão do personagem. Não tenho dúvidas ao dizer que Casino Royale dificilmente sai perdendo e talvez seja até o melhor 007 até hoje. Isso não quer dizer que seja um filme maravilhoso e espetacular, eu nunca fui tão fã da série (gosto, mas não acho lá essas coisas). Mas dentre os filmes do Bond, não é difícil argumentar que seja o melhor. O único problema é a duração, um pouco longa demais, mas isso é o de menos.

Em relação a Craig...bem, é um ator extremamente limitado, para não dizer um mau ator mesmo. Mas deu certo como Bond. Eu me lembro na época do primeiro trailer do filme, em que houve uma discussão, talvez no IMDB, se o look que Craig dava para a câmera no final era o Magnum, o Le Tigre ou o Blue Steel. É uma piada, mas daquelas bem verdadeiras: Daniel Craig faz parte da Zoolander School of Acting, cheio de olhares fulminantes e beicinhos para a tela. E é por isso que Craig funciona no filme.

Casino Royale faz toda uma choradeira sobre como Bond é um socipata insensível - algo que passa como "desenvolvimento de personagens" em Hollywood mas na verdade é apenas a repetição de um tema que, se espera, as audiências tomem por profundidade psicológica. Super superficial, mas convenhamos, ninguém em sã consciência procura profundidade psicológica em um filme do 007. Mas Craig deve agradecer aos roteiristas, ele funciona no filme justamente por causa disso: é um ator TOTALMENTE inexpressivo, muito ao contrário, por exemplo, de Timothy Dalton (que hoje em dia é um canastra de quinta categoria, mas demonstrava potencial na juventude). Craig dá certo em Casino Royale pelo mesmo motivo que Ben Affleck deu certo em Hollywoodland. Em outras palavras, porque teve sorte de encontrar um personagem que combina com a própria falta de talento. Mas não reclamemos, Craig é um ótimo Bond. Não é o melhor Bond de todos - ainda não dá para julgar -, mas não faz feio (a Vesper Lynd de Eva Green, entretanto, é a melhor Bond Girl desde...desde...bem, é a melhor Bond Girl de todas, sem dúvida).

Casino Royale parece, no início, romper com algumas tradições da série. A abertura é radicalmente diferente...Continuidade entre os filmes nunca foi o ponto forte da série, e a gente sempre assume a cada novo Bond que, de fato, estamos tratando de um Bond diferente. Mesmo entre os filmes de um MESMO Bond é meio difícil às vezes se falar em continuidade. Casino Royale chega até a alterar a forma usual da abertura para frisar essa idéia. É a primeira missão de Bond, e começamos antes dele ganhar status de 00. O final da abertura, muito bem bolado, é justamente o começo das aberturas de sempre. Bem esperto. A seqüência de abertura também é bastante diferente: música tema cantada por um homem, mais estilizada do que o habitual, SEM corpos de mulheres seminuas, e a coisa mais abertamente gay do universo. Essas aberturas (e a série em si) sempre são um pouco discretas, enrustidas, mas essa abertura...é cheia de loooongas armas fálicas, explodindo em jatos orgásmicos, enrolando corpos masculinos que lutam entre si. Ou seja, uma coisa totalmente homo (fora a briga de cobra logo em seguida, e o vilão Le Chiffre...sem comentários).

Esses dois elementos formais são as diferenças mais radicais entre esse filme e os outros da série, porque de resto é um Bond BEM típico, quase que paradigmático (talvez por ter sido baseado em um livro de Ian Fleming). O filme é diferente dos outros apenas na medida em que decide reforçar a sociopatia da personagem, mas isso sempre esteve lá. Craig supostamente é um Bond mais malvadão, só que no final das contas isso se dá mais pela falta de elegância de Craig do que pelo roteiro. Esse viés mais "psicológico" também não é exclusividade de Casino Royale, já que a série começou a ir para esse lado desde a era Timothy Dalton (ou Lazenby!)...

No final das contas, Casino Royale é um bom filme, e um Bond excepcional, porque é bastante fiel em espírito à série, sem deixar de lado um roteiro bem amarradinho, investindo também em ótimas cenas de ação (a primeira, uma longa perseguição à base de parkour - esse pessoal deve ter visto Banlieue 13 - é a melhor, mas as outras também não ficam muito atrás), e em uma sensacional Bond Girl, muito longe das descartáveis mulheres que habitam o misógino universo 007.

Filme mais divertido do ano, junto a Piratas do Caribe.

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Indicados ao Globo de Ouro 2007 - Cinema

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Foto de Marcus

Little Children (2006)

Acabei vendo esse filme no DVD screener de qualidade sofrível que saiu no mês passado, com legendas em espanhol. Ele estréia no Brasil mês que vem com o nome de Pecados Íntimos -- mais um título bisonho, fazer o quê?

É mais um filme a explorar o tédio dos subúrbios norte-americanos, mas tem interesse por enfatizar o quanto as escolhas dos adultos são influenciadas pelo que estes consideram melhor para suas crianças. O fato de um pedófilo saído da cadeia ir morar no subúrbio é como a invasão de um demônio nesse paraíso artificial.

O problema é a mão pesada do Todd Field, já demonstrada em Entre Quatro Paredes, indicado ao Oscar. O filme é inteligente, mas é deprê demais! Falta empatia, humor, vivacidade. Mesmo quando a Kate Wislet parece feliz corneando o marido, há um travo amargo. No filme anterior ainda havia motivo para os personagens estarem o tempo todo jururus, afinal havia uma tragédia, um assassinato. Nesse, o que vemos é um bando de gente infantil que não se contenta com o que tem e nem sabe direito o que quer. Não fode e nem sai de cima.

O filme não é ruim, é interessante, mas deixa a desejar em alguns pontos. Nota 7.

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Foto de Leão da Barra

Pride Of Baghdad

Alguém leu?

Muito bom. Quem assina é Brian K. Vaughan, o mesmo autor de Y The Last Man, Ex Machina e Runaways.

Aliás, esse cara é fora de série. Eu queria ter um filho com ele, quase tudo que o cara escreve é interessante e viciante. Eu não costumo ter acessos homoeróticos como certas pessoas desse fórum *cof* Fábio Negro *cof*, mas abro uma exceção para esse Brian K. Vaughan. Rola uma exceção para David Boreanaz também, mas isso não vem ao caso.

Sim, sobre a revista: ela conta a história, baseada em fatos reais, de uma... de uma... qual o coletivo de leões mesmo? Manada? Matilha? Enfim, de um grupo de leões que, graças a um bombardeio norteamericano em 2003, consegue fugir do zoológico de Bagdá.

Li por aí que uma das preocupações do desenhista (Niko Henrichon - sensacional também) era evitar um traço cartunesco, para não rolar um clima "O Rei Leão", pois, muito embora role aquele antropomorfismo típico de desenhos Disney, a história é séria, e faz uma análise sobre o direito à liberdade: deve ela ser conquistada, merecida, ou pode ser obtida sem luta?

(diga-se, um tema que deve preocupar muito a nós brasileiros, que somos acostumados a não fazer revolução, e "ganhar" aquilo que devia ser conquistado, como independência, república, constituição democrática etc. Mas eu estou divagando de novo)

Embora os personagens principais sejam uma alegoria da típica família americana, e a história se passe na capital do Iraque bem no meio da guerra, ela não cai muito para o lado político, o que é MUITO surpreendente. Seria fácil usar a revista para descer a madeira em George W. Bush, ou até mesmo apoiar a invasão do Iraque, dependendo do ponto de vista do autor, mas ele evita fazer isso. Claro que a guerra não é romantizada, mas em nenhum momento eu achei que ele estava "escolhendo um lado".

Enfim, parem o que estão fazendo e vão ler agora. Sim, eu estou falando com você, que está agora no trabalho, jogue seus prazos para o alto, instale o DC++ aí mesmo, peça um cafezinho e leia esta revista AGORA. Vale muito a pena.

Nota 9,0.

Não sei se é obrigatório dar aquelas outras notas, ou mesmo se quase nada tem, sei lá, direitos autorais sobre elas, mas vou tentar, qualquer coisa vocês me avisam que eu tiro:

NB: 1,5. Mesmo as cenas bregas funcionam. Quando eu penso que vai ficar cretino, como alguns diálogos de Safa ou a discussão sobre o que fazer com o humano recém morto, acaba funcionando. A única exceção que faço, que tirou o bregômetro do zero, foi a parte da cavalaria. Brega. Não é brega como uma música de Odair José, mas ainda assim, brega.

Chuckômetro: 9 (ainda não entendi muito bem o funcionamento desta nota Chuck Norris, mas vá lá). "I am not a hunter (...)", essa parte foi putaquepariumente excelente, tanto que virou meu avatar aqui no joio. Mas Chuck Norris acabaria com o Big Boss final com um peido e dois petelecos.

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Robert McKee diz: Televisão vai ganhar do cinema

Da Folha de São Paulo:

[quote]Talentos migram para TV, diz McKee

O autor de "Story" diz que "era de ouro" das séries televisivas nos EUA é acompanhada de declínio criativo do cinema

O autor critica a produção hollywoodiana atual, aponta a Coréia como país inovador e afirma que a TV deve superar o cinema

RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL

A televisão irá dominar o futuro da narrativa. Mais livre e ousada, dominada por escritores-produtores e tecnicamente impecável, baterá o cinema, na arte de criar ilusões e contar grandes histórias.
A opinião é de um dos mais famosos "treinadores" de roteiristas dos EUA, Robert McKee, 65, cujos alunos -50 mil pessoas entre diretores, atores, produtores, roteiristas e mesmo compositores de trilhas sonoras para o cinema- somam 94 nomeações ao Oscar, 26 delas conquistadas.
Ao mesmo tempo que repele qualquer crédito direto pela cifra, McKee estima informalmente que suas platéias já movimentaram mais de US$ 1 bilhão na indústria cinematográfica. Não obstante as críticas que faz à primazia da forma sobre o conteúdo em Hollywood.
McKee é autor de "Story", uma das bíblias dos contadores de histórias americanos, que ganha versão em português (chega às livrarias na próxima semana). Lançado originalmente em 1999, "Story" (ed. Arte&Letra, 432 págs, R$ 65) não é um livro de fórmulas prontas.
Sua proposta é analisar e entender a substância dos enredos -sejam eles de TV, cinema, teatro ou romances.
Leia, a seguir, trechos da entrevista que McKee concedeu por e-mail à Folha, entre seminários no Canadá e nos EUA.


Folha - Sete anos depois de lançado nos EUA, "Story" ganha tradução para o português. Seu conteúdo é ainda útil para jovens escritores?
ROBERT MCKEE -
"Story" não é um livro de "como fazer". Ele analisa de forma persistente e abrangente o que é uma história, sua substância. Além disso, "Story" é mais sobre dominar a forma das histórias do que as mecânicas da técnica.
O livro examina de perto os princípios que se encontram sob a arte da escrita -primeiramente para o cinema e a TV, mas também para romances e peças de teatro.
Na Inglaterra, por exemplo, mais novelistas e dramaturgos do que roteiristas de cinema e TV compram "Story" e freqüentam meus seminários. As formas sobre as quais "Story" lança luz existem em todas as histórias de todas as culturas desde o nascimento da mente humana. O livro também vai além de uma mera introdução da arte para os jovens escritores e reforça os talentos de autores experientes.

Folha - O que mudou no mercado de roteiros para o cinema e a TV desde a publicação do livro, em 1999?
MCKEE -
Houve um fortalecimento das histórias do tipo multiprotagonista, multi-enredo, preconizadas por Robert Altman. Essa forma inspirou filmes como "Crash - No Limite", "Réquiem para um Sonho", "O Violino Vermelho", "Corra, Lola, Corra" e em particular filmes recentes de Alejandro González Iñárritú [cineasta mexicano], como "Amores Brutos", "21 Gramas" e "Babel".

Folha - De que maneira aspectos culturais agem sobre enredos e técnicas narrativas?
MCKEE -
A noção de que a substância e a forma das histórias é radicalmente diferente de uma cultura para a outra é falsa. Apenas à superfície os comportamentos pessoais e de classes sociais mudam. Veja, por exemplo, o filme "Babel", que conta histórias passadas no Japão, México, EUA e Marrocos.

Folha - Nos últimos anos, escrever roteiros virou uma espécie de Eldorado para os jovens, considerando que um único bom script pode render uma pequena fortuna mesmo para um iniciante. Qual a sua opinião a respeito?
MCKEE -
Essas coisas vêm e vão em ondas. Quando eu era muito jovem, a coqueluche era escrever um grande romance. Então, com o crescimento do teatro moderno, a onda mudou para a dramaturgia. Mais para o fim do século 20 a moda passou a ser escrever roteiros. Hoje, os melhores escritores da América estão migrando para a televisão. Estamos vivendo uma era de ouro no drama e na comédia televisivos.

Folha - Se os melhores estão na TV, o cinema está em declínio?
MCKEE -
O cinema como uma forma de entretenimento sempre venderá ingressos, mas, como forma de arte, está em grande perigo. A ascensão de séries televisivas de expressão, como "Six Feet Under", "Sex and the City", "Deadwood" e "Família Soprano", corre paralelamente ao declínio do cinema. Considerando tendências que venho observando há duas ou três décadas, a televisão irá dominar o futuro da narrativa.

Folha - Quais são as maiores diferenças entre escrever para a TV e para o cinema?
MCKEE -
A principal diferença é a quantidade de diálogo usada. A tela da TV é pequena, então, para ser visualmente expressiva, a câmera de TV deve estar próxima de seus objetos. Quando trabalhamos em planos fechados, naturalmente escrevemos mais diálogos. Também escrevemos mais diálogos para a TV, porque os orçamentos dela são geralmente menores do que os do cinema -e, embora diálogos custem muito em termos de criatividade, são relativamente baratos de filmar.

Folha - Você menciona, em seus seminários, que os autores estão perdendo a guerra para os clichês. O que isso significa?
MCKEE -
Eu apelo aos escritores que vençam a guerra contra os clichês ao adquirir um conhecimento profundo, através da imaginação e de pesquisa factual, sobre seus temas. Hoje recicla-se mais do que se cria. Fazemos filmes sobre filmes, e não filmes sobre a vida.

Folha - É esse o principal problema das histórias contadas por Hollywood hoje em dia?
MCKEE -
O problema mais avassalador, não só do cinema hollywoodiano, mas da maioria dos criadores hoje, é a ênfase na superfície em relação à substância. Muitos cineastas gastam todas as suas energias criativas aperfeiçoando a fotografia ou os efeitos especiais em vez de escreverem histórias que retratem a rica complexidade da natureza humana.

Folha - E qual é o mercado cinematográfico mais inovador hoje?
MCKEE -
O asiático, em particular o coreano. É a principal exceção no mundo atual. Chineses e coreanos estão hoje definindo novos padrões de excelência para o cinema mundial.

Folha - Você acompanha a produção cinematográfica brasileira?
MCKEE -
Tenho visto filmes brasileiros há décadas, desde obras-primas como "Dona Flor e seus Dois Maridos" e "Pixote -A Lei do Mais Fraco" até os mais recentes, como "Cidade de Deus" e "Central do Brasil". Discuto "O Beijo da Mulher Aranha" como um exemplo soberbo tanto em meu livro como em meus seminários. Todas essas histórias foram lindamente contadas.[/quote]

 

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Foto de quase nada

Filhos da Esperança (The Children of Men)

Num futuro onde as mulheres estão estéreis, aparece uma grávida e rolam altas confusões. Ótima ficção, uma das melhores (senão a melhor) desde Blade Runner. Construção brilhante, efeitos visuais soberbos e trilha requienica. Está um passo a frente de filmes como Gattaca, 12 Macacos e Código 46. A direção do Cuaron está sublime, uma mistura de Spielberg com Fernando Meirelles. A direção de arte é outro ponto forte, a Londres decadende ficou a cara de São Paulo.

Dentre as boas cenas, a que se passa num prédio é uma daquelas raras cenas perfeitas, uma vitória cinematográfica, um gol, uma pequena prova da sabedoria humana.

Nota: 9,05 (o final é meio abrupto, fiquei um pouco chocado.)

Bregometro: 7 (infelizmente, algumas coisas ficaram toscas, tem algumas gracinhas deslocadas e piadinhas ridículas. Todas cenas onde o Michael Caine aparece são constrangedoras, ele ta usando uma barba fake e um cabelão mega hair horroroso, hippie em 2027... aff. Ele ainda fuma maconha e conta a piada do "puxa meu dedo", sem falar na hora que ele dança o funk... a música até que é legal, uma mixagem de pessoas gritando e tiro de metralhadora. Mas uma coisa que me deixou realmente chocado foi o Clive Owen usando sandálias havaianas... O Cuaron só pode estar de brinquedo com a gente.)

NCN: 7 (chuck é o pai do filho da esperança)

NP: 3 (aparece uma vagina arreganhada... mas.... tipo... vcs vão ver... aff)

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Foto de Bennett

BitTorrent Inc. compra µTorrent

Bem, eu não esperava essa. Claro que o Ludde sempre teve interesse em vender o µTorrent e sempre se mostrou muito protetivo em relação ao código, mas não achei que a BitTorrent fosse comprar o programa, até porque o Bram Cohen sempre fica na defensiva quanto às qualidades do cliente oficial (que é uma porcaria). Não sei até que ponto o µTorrent vai mudar para acomodar os planos da BitTorrent Inc. (já há uma flag nova implementada, que permite incrementar ou diminuir a prioridade dos pacotes referentes a torrents específicos - o que explica o posicionamento contrário do Cohen à defesa da neutralidade da rede). Dependendo do que acontecer, vamos ter que voltar para o Azureus ou partir para algum cliente novo. Tomara que alguém competente decida dar um fork no Azureus (por causa dessa coisa horrível do Zudeo), e faça um cliente livre decente.

[quote]This is Bram Cohen, the creator of the BitTorrent protocol, and Ludvig (Ludde) Strigeus, the writer of µTorrent.

Together, we are pleased to announce that BitTorrent, Inc. and µTorrent AB have decided to join forces. BitTorrent has acquired µTorrent as it recognized the merits of µTorrent's exceptionally well-written codebase and robust user community. Bringing together µTorrent's efficient implementation and compelling UI with BitTorrent's expertise in networking protocols will significantly benefit the community with what we envision will be the best BitTorrent client.

What does this mean for the µTorrent community? Not much, at least not at first. The intention is to maintain the website as it is, and keep the forums and community active. Moving forward behind the scenes, we will continue to develop µTorrent and will be using the codebase in other applications, especially ones where a fast, lightweight implementation is more suitable, such as embedded systems on TVs, cell phones, and other non-PC platforms.

The existent µTorrent and BitTorrent communities are immensely valuable to us, which is why we are announcing this here first to make sure you're all the first to know about the news. The plan is to continue to foster the health and growth of the community that has been critical to the success of µTorrent. Thank you in advance for your support.

Bram and Ludde[/quote]

Fonte

Fiquei tão puto com isso que me registrei no fórum só para postar a seguinte mensagem. É mais um desabafo do que qualquer outra coisa:

[quote]This is also my first and last post on this forum. I've registered just to post this.

Ludde, of course, does not owe me or any of us users anything. He provided us with a good, light, efficient torrent client that is probably the best one around. He's always been very protective of his code, and that bothered me a little, but still, the program is terrific and I welcomed it and used it with no reservations.

The same goes for Bram Cohen. He created BitTorrent, a wonderful technology. Whereas I have absolutely nothing nasty to say about Ludde, I don't feel the same way about Bram. In interviews, he always comes off as an extremely unpleasant, arrogant person, riding on his Asperger's power trip pretending he's such the boy whiz. I could forgive that if it were not for his dealings with this sad, abusive content industry we have to struggle with nowadays, be it regarding intellectual property maximalist agendas that do immense damage to consumers and the public good, be it regarding the absolutely crap content that they've been shitting out for a while.

Both Ludde and Bram do not owe me anything. Yet, I feel sad, betrayed, and disappointed in myself for being so naïve. For once believing they were siding with the good guys...that they were striving for something more important than money, that they believed in the power of the disruptive technologies they created to actually disrupt the old industrial forces in content production. I guess I have too much faith in people...

While I salute the initiative to pursue new business models, making a deal with the MPAA is certainly not the way to do it. There will be no innovation, just the same old business models transplanted to the Internet, with a few quirks here and there, backed up by strongly unequal IP laws, which in turn seek to sustain the artificial scarcity of digital content. I should have seen it coming as soon as Bram started arguing against net neutrality...

This is very, very sad, Ludde, this ruining of a beautiful thing. I hate to call anyone a sell out, but hey, you deseve it. I'm not going to name call Bram, since he's beyond any help, but shame on you, Ludde. Hope you buy yourself something nice.

It's back to Azureus for me, hoping that someone forks the damn code and removes Zudeo.[/quote]

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MTV Brasil deixa de exibir videoclipes

Confesso que a notícia me deixou um pouco espantado. Afinal, mesmo sabendo do espaço cada vez menor para os videoclipes na programação da MTV, não achava que eles iriam simplesmente cortá-los. Até o Disk vai pro ralo:

[quote]Por decisão da cúpula da empresa, em 2007 o canal jovem não exibirá mais videoclipes.

De acordo com Zico Góes, diretor de programação, os videoclipes "não colaboram para o avanço televisivo e apostar neste formato é receita para a queda de audiência".

Na apresentação da nova programação, realizada na tarde desta terça-feira em São Paulo, uma das medidas mais extremistas mostradas foi cancelar programas como o Disk MTV e o Chapa Coco, que fizeram um relativo sucesso em 2005 e 2006. "Hoje o vídeo está ligado ao mundo digital", explica Góes. "O espaço está morrendo, o jovem não busca a televisão para assistir videoclipes".[/quote]

Se o corte atingir também o MTV Lab (que tem uma boa programação e foi estendido porque agradava aos espectadores) eu retiro a emissora do menu da minha TV.

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Foto de quase nada

Adrenalina (Crank)

Eu ia ver o Labirinto do Fauno mas, depois do Fountain, preferi algo mais porradeira (pra desintoxicar). Esse Adrelina é jóia, desde já é um quase clássico do filme desgrameira, uma espécie de "Dia de Fúria", só que no crack! Ridículo é pouco, mas isso não quer dizer que seja ruim, parece um daqueles filmes asiáticos excentricos, não tem o menor pudor com nada.

A história é interessante, não entendo como ninguem nunca tinha pensado nisso. O cara é envenenado e vai em busca de vingança, mas se ele ficar calmo, o nível de adrenalina cai, a naftalina faz efeito e ele morre, portanto ele tem que tocar o terror (tudo isso na base de muito Red Bull). Os diretores são meio estranhos, abusam de tela divida e outras firulas visuais, confesso que irrita, pois não tem a mesma qualidade firulenta de um fight club, mas depois o filme engrena e vira um delicioso conto de fadas do ghetto.

Aquele ator careca é um exemplo de como o macho deve ser.

Nota 8,09
NB 0 (quando um filme ultrapassa a escala do ridiculo, o contador volta ao zero)
Chucometro 9 (é um filme de ação quase perfeito: poucos dialogos e muita bala)
Punhometro 7... (Falando sério, teve uma cena que meu pau envergou. Pra não estragar, não vou contar como ela é. A atriz que faz a esposa do careca é uma gostosa, deu pra ver o camel toe numa cena onde ela abre a porta.)

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Definição de Indie (para não Indies)

Bom.... Eu sei que tem muita gente aqui que se considera Indie (e a maioria gosta pelo menos da música) mas o Link é bacana vai....

http://desciclo.pedia.ws/wiki/Indie

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Comunidade tenta comprar o MMORPG Saga of Ryzom e liberar o jogo em licença de software livre

Não é algo sem precedentes: o editor de gráficos 3D Blender uma vez foi proprietário, e quando a empresa que o desenvolvia, a NaN, entrou em falência, um mutirão foi realizado e, a partir de doações, o programa foi comprado por 100.000 euros e liberado em uma licença GNU-GPL.

O MMORPG francês Saga of Ryzom, que tem uma comunidade bastante viva e dedicada de jogadores, passa por uma situação semelhante. A empresa responsável pelo jogo, Nevrax, entrou em falência. Inspirados no que ocorreu com o Blender, os desenvolvedores do jogo estão tocando para frente uma campanha semelhante, com o objetivo de comprar o código e toda propriedade intelectual a ele vinculada, e liberar tudo via uma licença de software livre. Formar-se-á uma fundação, como ocorreu com o Blender, e a equipe original de desenvolvedores continuará a trabalhar no jogo, que todavia também terá seu desenvolvimento aberto a quem quiser participar nele. A mesma fundação também cuidará de servers oficiais, e procurará manter o jogo a partir de um plano de mensalidades que apenas cubra os custos de manutenção dos servers e o futuro desenvolvimento do jogo. Como todo o código será liberado, também haverá a possibilidade de que jogadores construam seus próprios servers, e contribuam com conteúdo original para o jogo. Ryzom transformar-se-á em um jogo comunitário, de propriedade coletiva.

É uma idéia interessante, que pode colocar à prova a noção de que software livre não funciona muito bem para jogos de computador. A plataforma sobre a qual Ryzom foi construído, NeL, já é livre. Mas não há jogo de peso que tenha se aproveitado da NeL, e a liberação de um jogo pronto, bem feito e de respeito como o Ryzom pode ser um marco na história do software livre. Os modelos de negócio típicos das empresas de software livre têm como base prestações de serviços, algo perfeitamente compatível com os modelos de negócio dos MMORPGS, a despeito destes serem predominantemente proprietários.

A campanha está, no momento, apenas coletando promessas de contribuições. Você pode ir ao site e oferecer uma contribuição, que será incorporada a uma lista e apresentada ao juízo falimentar como proposta de aquisição. Não será, é claro, a única proposta, e nada indica que a tentativa terá sucesso. Mas não deixa de ser bacana. Eu prometi contribuir 25 euros, e se a proposta for aceita, pago na maior boa vontade mesmo se não for jogar o jogo.

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Foto de Bennett

BitTorrent faz nova parceria com Hollywood...mas as coisas não parecem muito animadoras, apesar do clima de alegria da indústria

Ainda não entendi muito bem qual vai ser o modelo de negócios da BitTorrent, mas os contratos são de peso:

[quote]BitTorrent, Inc., home to the world’s leading peer-assisted digital content delivery platform, today announced a slate of partnerships with a wide variety of leading film and television companies. 20th Century Fox, G4, Kadokawa Pictures USA, Lionsgate, MTV Networks (including COMEDY CENTRAL, Logo, MTV: Music Television, MTV2, Nickelodeon, Nicktoons Network, SpikeTV, The N, TV Land and VH1), Palm Pictures, Paramount Pictures and Starz Media will publish movies and TV shows on BitTorrent.com.

Fonte[/quote]

O acordo anterior foi com a Warner. Resta saber agora se:

a) Os arquivos terão DRM?;

b) Os consumidores serão recompensados por compartilhar hardware e banda?

A resposta à primeira pergunta parece ser sim, pelo menos na modalidade de "aluguel" anunciada. A resposta à segunda pergunta deve ser a mesma, se a BitTorrent espera conseguir vender alguma coisa. Afinal, por que transferir aos consumidores o ônus de ajudar no armazenamento e transferência de arquivos, se não for oferecida nenhuma contrapartida?

Em relação ao DRM, outras perguntas são pertinentes, a principal delas sendo a questão da compatibilidade com itens de hardware. Vide o absurdo da proposta da Microsoft, que abandonou o sistema PlaysForSure assim que o Zune entrou no mercado, e está levando cacetada atrás de cacetada na imprensa.

Na minha opinião, vai ser preciso muito esforço para a BitTorrent conseguir alcançar o sucesso da loja iTunes. Não há nenhuma vinculação óbvia com qualquer aparelho eletrônico da moda, e não haverá qualquer vantagem para o usuário de trackers privados que já baixa de tudo sem pagar, com acesso a repertórios mais ricos e diversificados. Talvez eles consigam atrair uma quantidade razoável de consumidores agregando aos produtos digitais o rótulo de "legais". É o único valor que a indústria do conteúdo consegue transferir para esses produtos violentamente mutilados por DRM que eles estão tentando vender. Alguns consumidores estão dispostos a pagar o preço, em razão da campanha terrorista anti-compartilhamento promovida pelos cartéis do entretenimento. Engraçado como todo o clima de perseguição, apesar de ineficiente para coibir o compartilhamento em si, é necessário para a criação desse valor artificial de "legalidade', afim de preservar um modelo de negócios caduco e em princípio incompatível com a estrutura atual da Internet, no próprio espaço da rede. Talvez seja essa a única função desses ataques generalizados a compartilhadores de arquivos: além, é claro, de gerar uma receita a partir de acordos extrajudiciais, sustentar um modelo de negócios anacrônico na Internet.

Com todo mundo de saco cheio com a MPAA, RIAA e BSA, e com as campanhas anti-DRM ganhando alguma projeção na mídia, é de se perguntar quanto tempo a BitTorrent vai resistir antes de se transformar em algo patético como a Napster ou a Yahoo Music. Tudo o que a BitTorrent tem é a marca e o mindshare. E isso não proporcionou vantagem alguma para a Napster. A tecnologia torrent em si, como todos sabem, é neutra e vai persistir independentemente do destino da BitTorrent corporativa. Nem mesmo a cooptação de ícones do compartilhamento (primeiro Shawn Fanning, agora Bram Cohen), serve para alguma coisa. O efeito moral é praticamente nulo.

Na minha previsão, o panorama das lojas de mídia digital para o futuro próximo fica assim:

  • Hegemonia da loja iTunes, por vinculação a itens de hardware altamente vendáveis (iPod e o futuro iTV);
  • Provável fracasso do Zune Marketplace (com resistência do aparelho Zune, entretanto, já que parece ser um player razoável para mídia não-protegida...isto é, se você não for usar a patética opção do "squirt", que aplica DRM a qualquer arquivo transferido via Wi-Fi, independentemente do conteúdo ser protegido ou não);
  • Persistência simbólica das lojas de música que seguem o modelo PlaysForSure;
  • Persistência de lojas que oferecem arquivos sem DRM, como a eMusic, uma vez que a ausência de DRM, assim como a "legalidade", é um valor agregado que tem o potencial de promover vendas;
  • Inviabilização, na origem, de modelos de negócios baseado em licenças compulsórias, pela eliminação dessas licenças onde elas existirem (caso da Rússia, com a allofmp3.com, que vai ser fechada por coerção americana, baseada em sanções comerciais e como condição para participação na OMC), ou pelo lobby contrário à criação de licenças compulsórias para transmissão online de conteúdo (vide o fim da tentativa francesa este ano de se inserir uma licença compulsória na implementação da Diretiva de Copyright da UE).

Essa última previsão, se concretizada (e tudo indica que será), vai ser um grande tiro no pé. A única alternativa, no momento, para a indústria do conteúdo, parece-me ser jogar tudo para o alto e investir em licenças compulsórias com o auxílio de serviços de monitoramento online de sistemas de compartilhamento, como os da BigChampagne e da CacheLogic. Tudo bem que há sérios problemas de implementação no sistema de monitaramento e arrecadação de remuneração por reprodução digital (basta observar a experiência de entidades como a ASCAP e a BMI nos EUA, e o ECAD no Brasil, no espaço extra-digital). Mas tudo indica que essa é a única alternativa viável. Se for preciso dar os anéis para não entregar os dedos, esse é o caminho a ser perseguido.

Evidentemente, não é o que acontecerá. Enquanto não houver sistema de DRM eficiente (uma contradição nos próprios termos), e enquanto não houver implementação dos tão prometidos sistemas de trusted computing (ou treacherous computing), não há absolutamente nada que obstaculize o compartilhamento de arquivos livre e desimpedido. Também creio que isso não acontecerá. Fora a questão da possibilidade constante e sempre presente de destruição por circunvenção, sistemas de DRM precisariam estar sustentados por standards únicos, e a indústria parece ainda estar interessada em cortar a competição pela raiz a partir da proliferação de uma pluralidade de standards propositadamente incompatíveis. Em relação ao trusted computing, é uma idéia radical demais, que contraria toda a postura de fabricação de PCs neutros e multi-purpose, radicada na indústria de eletrônicos. E mesmo se se tornar realidade, também não seria um sistema inviolável. A primeira coisa que vai acontecer se o cerco fechar nas fabricantes de eletrônicos mainstream será a criação e fabricação de hardware e software destinados a quebrar sistemas de trusted computing. E se for preciso que esses equipamentos entrem no país via contrabando, é o que vai acontecer.

Enfim, mais um capítulo lamentável nessa saga tragicômica da propriedade intelectual pós-Internet...

EDIT.: Leia também: Universal tenta forçar Apple a pagar uma "taxa do iPod"

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Qual o pior crítico brasileiro de cinema no momento?

Rubens Ewald Filho
0% (0 votos)
Isabela Boscov
18% (2 votos)
Roberto Sadovski
18% (2 votos)
Pablo Villaça
55% (6 votos)
Ruy Gardnier
9% (1 voto)
Total de votos: 11
Foto de Bennett

Morre Robert Altman

81 anos.

Descanse em paz.

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Foto de Guybrush Threepwood

Bully

Primeira coisa a se dizer a respeito de Bully: não faz, nem de longe, juz a polêmica que foi criada em torno dele. Inclusive, durante o jogo, lembrei-me do apelido que o Jack Thompson deu a ele ("Columbine simulator") e tive que soltar uma gargalhada alta - mais equivocado, impossível. Se você for ver, o jogo é bem ingênuo, até. Claro, tem violência, mas essa fica restrita a troca de socos entre estudantes (quem nunca se envolveu em brigas quando estava no colégio?), arremesso de ovos, guerra de comida no refeitório e coisas do tipo. Não há sangue, armas de fogo, nada.

E sim, você pode abusar de seus colegas (o chamado bullying, acho que não existe palavra em português específica pra isso) - seja trancando eles nos armários, puxando a cueca, torcendo o braço - mas o jogo não incentiva isso. Aliais, o protagonista, Jimmy Hopkins, apesar de ser um jovem desajustado e com sérios problemas de atitude, no fundo tem um bom coração e acaba ajudando colegas a evitar o bullying (durante as missões do jogo).

Eu diria que o jogo é um GTA clone, mas fica estranho esse termo já que é dá próprio Rockstar. Tem o esquema aberto, do mapa com as missões principais e side missions, que você pode cumprir, ou pode ficar zoneando pela escola (ou pela cidade), pichando muros, jogando fliperama, participando de corridas de bicicleta ou trabalhando pra ganhar dinheiro (entregando jornal, cortando grama etc). Você também vai ter aulas no colégio - que você pode assistir ou cabular - mas assisti-las é importante, pois traz upgrades para o seu personagem. Passe em alguns trabalhos de inglês e você se dará melhor em situações sociais; passe em química, e você aprenderá a fazer pó-de-mico para jogar nos outros; passe em educação física e você melhorará suas habilidades de combate. Bully traz também algumas novidades que apareceram no Warriors, como pichar muros usando o analógico direito do gamepad, ou a barra de energia circular nos personagens.

Como todo bom jogo da série GTA, Bully também possui uma excelente história e um memorável cast de personagens. Memorável também é o "vilão", que apesar de ficar sumido durante 80% do jogo, retorna de maneira triunfal na última missão. Uma coisa interessante é que apesar de o jogo nunca fazer referência ao ano em que se passa, ele tem todo um climão de anos 80, com uma atmosfera que remete aos filme de colégio daquela década (como "Te Pego Lá Fora").

Junte tudo isso a uma excelente trilha sonora e os melhores gráficos já vistos em um jogo da Rockstar - e você tem aí um game sensacional, e até o presente momento, o melhor do ano. O único defeito - é curto demais para um jogo do estilo (não dá nem um terço de um GTA: San Andreas). Apesar disso, já é um clássico. Obrigatório.

Nota: 9,3

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Foto de quase nada

Os Infiltrados (The Departed)

Me decepcionei, é apenas médio, tem gente fazendo a promiscuidade de falar que é melhor que Cassino e Goodfellas. É muito mais chato, tem algumas cenas boas, como a introdução de 15 minutos, mas o Jack Nicholson, exagerado como sempre, faz o favor de caricaturizar um personagem teoricamente sério, que fica mais parecido com o coringa do que com um mafioso. A história é fraca, sem foco e completamente previsível dentro de sua imprevisibilidade (uau!). Não entendo o que viram nesse filme, ele não é metade do que falam.

Nota 5,13 (sangue digital, diálogos lentos, reviravoltas fracas, cenas risíveis, trilha sonora instável)
Nb 8 (a cena do penis falso me entristeceu profundamente, sem falar na cena do Jack Nicholson imitando um rato.)
NCN 3 (nenhuma cena de ação empolga, mas elas estão lá, perdidas entre milhares de cenas chatas)
Punhometro 2 (tem uma médica anorexica gostosa)

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